Nos últimos tempos, o consumo e o compartilhamento de um alto volume de notícias e informações falsas têm estado entre as principais preocupações dos profissionais que trabalham diretamente ligados à área de segurança em tecnologia.
E conforme as ferramentas de inteligência artificial vão se tornando cada vez mais sofisticadas, as maneiras de espalhar as fake news também vão evoluindo, dando origem a outros recursos que podem muitas vezes ser utilizados perigosamente, como os deepfakes. Mas, se você ainda não está familiarizado com este termo, não precisa se preocupar.
Neste artigo, vamos explicar o que são os deepfakes, dar algumas dicas práticas para que você saiba como identificá-los com mais precisão, além de apresentar os usos benéficos da IA nessa nova realidade.
Continue a leitura e fique bem informado!
O que são os deepfakes?
Em poucas palavras, podemos definir um deepfake como uma tecnologia que faz uso da inteligência artificial para a criação de vídeos que, apesar de serem falsos em sua essência, também são bastante realistas, confundindo o público a respeito de sua autenticidade — e é nessa aproximação com a realidade que mora o verdadeiro perigo.
Gramaticalmente falando, o termo é uma junção de deep learning, técnica que permite a inserção de recursos digitais em conteúdos audiovisuais, com a palavra fake, que justamente significa “falso” na língua portuguesa. Sendo assim, o deepfake nada mais é do que uma montagem em formato de vídeo.
Geralmente, as imagens finais mostram uma determinada pessoa realizando determinadas ações que ela na realidade nunca fez ou dizendo algo que ela jamais comunicou e que não condiz com sua conduta.
E como algo dessa natureza é possível? No tópico a seguir vamos explicar melhor como essa manipulação de informações acontece. Confira!
Como os deepfakes são criados?
Podemos dizer que os deepfakes promovem uma verdadeira “troca de cabeças”. Nesse processo, a imagem do rosto de um indivíduo é transferida de forma digital para o registro visual de um outro indivíduo, de forma que o primeiro pareça fazer parte do material original.
Anteriormente, essa inserção de conteúdos exigia o uso de softwares e máquinas extremamente avançadas, bem como o conhecimento de especialistas no assunto. No entanto, hoje em dia já é possível produzir um deepfake com equipamento caseiro e que não deixa a desejar em qualidade a partir de programas que utilizam recursos de IA muito semelhantes aos já encontrados em redes sociais e jogos de vídeo game.
O lado ruim do deepfakes
Como comentamos no tópico anterior as deepfakes realizam uma manipulação de imagem, dependendo da forma que essas alterações são produzidas, cria-se uma repercussão negativa. Foi o que aconteceu com o Mark Zuckerberg, programador e executivo-chefe do Facebook.
O vídeo falso, desenvolvido por inteligência artificial, mostra Zuckerberg falando: “Imagine por um segundo: um homem, com controle total de bilhões de dados roubados. Todos os seus segredos, suas vidas, seus futuros”.
O vídeo de Zuckerberg trata-se de uma montagem que foi feita minuciosamente com objetivo de informar a possibilidade de termos dados roubados por meio do instagram. Confira o vídeo a seguir!
Ver essa foto no Instagram
O lado positivo do deepfake
Existe um lado positivo nesse mundo de manipulações? Mesmo que em muitos casos as deepfakes foram usadas com intenções maliciosas, podemos dizer que sim. O lado positivo está em simular rostos e vozes em tempo recorde.
Trouxemos como exemplo uma das novas campanhas da Fiat, lançada neste ano, apresentando o novo modelo Strada, com o rosto do cantor e músico Elvis Presley, apresentando o conceito de “Nova Fiat Strada. A Lenda se Superou”. Confira o vídeo a seguir!
Como identificar uma fake news e não se deixar enganar pelos deepfakes?
Antes de apresentarmos algumas dicas que podem ajudá-lo a desmascarar conteúdos de origem duvidosa, é interessante estabelecermos uma relação entre as fake news e os deepfakes.
É importante observar que nem todo deepfake pode ser classificado como uma fake news, já que esse recurso também é muito utilizado em filmes e séries como forma de rejuvenescer personagens ou mesmo inserir na narrativa atores já falecidos.
Até este ponto, esse recurso de IA pode sim ser algo bastante positivo. O perigo é quando ele é utilizado para disseminar mensagens enganosas, como montagens que simulam discursos políticos ou inserem personalidades relevantes para a sociedade em contextos criminosos ou pornográficos.
Embora até pareçam narrativas de ficção científica para muitas pessoas, os deepfakes já fazem parte da nossa realidade e merecem uma tenção especial. Pensando nisso, vamos listar a seguir maneiras práticas para que você não se deixe enganar por esses conteúdos tendenciosos!
1 – Preste atenção aos detalhes físicos
O movimento dos cabelos, da boca e dos olhos podem ser a chave para identificar a autenticidade de um vídeo. Por melhores que sejam os algoritmos utilizados, é possível observar que balanço dos cabelos não é natural, que os olhos não piscam e parecem fixos em único ponto e que a boca está fora de sincronia em relação ao que está sendo comunicado.
2 – Reflita sobre as mensagens transmitidas
De modo geral, personalidades que se dirigem ao público também são conhecidas por sua forma de falar e pelo vocabulário que costumam utilizar. Por isso, declarações extremamente polêmicas e em contraste com a postura usual são bons motivos para desconfiar da veracidade de um vídeo.
3 – Busque as fontes originais da informação
Os veículos de comunicação também podem ser alvo de deepfakes. Logo, mesmo que canais conhecidos tenham divulgado o conteúdo, se a fonte parecer inconsistente, é sempre importante fazer uma pesquisa mais detalhada para checar a origem dos fatos!
Por fim, tendo em mente que os algoritmos evoluem com frequência, corrigindo erros e tornando os conteúdos audiovisuais cada vez mais realistas, é essencial que as empresas especializadas em tecnologia se mantenham sempre atualizadas para combater a disseminação de falsas informações.
Qual o papel da Inteligência artificial para garantir um uso benéfico da tecnologia?
Como apontamos em parágrafos anteriores, a inteligência artificial contribuiu de forma altamente positiva para o desenvolvimento de algo que podemos apontar como um “deepfake do bem”.
Grandes estúdios cinematográficos já adotaram a tecnologia para inserir digitalmente personagens que originalmente não estavam em determinadas cenas, conquistando resultados de alta qualidade para encantar seus públicos.
É possível destacar também a criação de histórias e de todos os memes divertidos que tanto contribuem para o entretenimento atual. O segredo está na soma de dois fatores complementares: a intenção dos criadores deste conteúdo e o entendimento do público de que o material não corresponde à realidade e não pode ser considerado como notícia.
Nesse cenário, os profissionais que lidam diretamente com o uso da inteligência artificial e conhecem mais a fundo as ferramentas de deepfake têm um papel altamente relevante: educar a população e divulgar informações que ajudem a diferenciar os conteúdos maliciosos e descartá-los prontamente.
O bom uso da IA pode trazer inúmeros benefícios para a produção de materiais informativos com altos níveis de qualidade, inovação e criatividade para promover uma experiência de interação com o usuário altamente eficiente.
Se você se interessou em saber mais sobre os deepfakes e gostaria de conferir outros conteúdos que abordam diferentes aplicações da inteligência artificial, aqui no blog da X2 Inteligência Digital tem diversos artigos para quem quer se manter sempre atualizado e bem informado. Acesse e boa leitura!